quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Estão abertas as inscrições do 1º Concurso de Poesias Poeta Adauto Borges


Poesia Assim eu vejo a vida - Cora Coralina


Poesia Amemos (Castro Alves)

POR QUE TARDAS, meu anjo! oh! vem comigo.
Serei teu, serás minha... É um doce abrigo
A tenda dos amores!
Longe a tormenta agita as penedias...
Aqui, ao som de errantes harmonias,
Se adormece entre flores.


Quando a chuva atravessa o peregrino,
Quando a rajada a galopar sem tino
Açoita-lhe na face,
E em meio à noite, em cima dos rochedos,
Rasga-se o coração, ferem-se os dedos,
E a dor cresce e renasce...


A porta dos amores entreaberta
É a cabana erguida em plaga incerta,
Que ampara do tufão...
O lábio apaixonado é um lar em chamas
E os cabelos, rolando em espadanas,
São mantos de paixão.


Oh! amar é viver... Deste amor santo
— Taça de risos, beijos e de prantos
Longos sorvos beber...
No mesmo leito adormecer cantando...
Num longo beijo despertar sonhando...
Num abraço morrer.


Oh! amar é ser Deus!... Olhar ufano
O céu azul, os astros, o oceano
E dizer-lhes: "Sois meus!"
Fazer que o mundo se transforme em lira,
Dizer ao tempo: "Não... Tu és mentira,
Espera que eu sou Deus!"


Amemos! pois. Se sofres terei prantos,
Que hão de rolar por terra tantos, tantos,
Como chora um irmão.
Hei de enxugar teus olhos com meus beijos,
Escutarás os doces rumorejes
D'ave do coração.


Depois... hei de encostar-te no meu peito,
Velar por ti — dormida sobre o leito —
Bem como a luz no altar.


Te embalarei com uma canção sentida,
Que minha mãe cantava enternecida
Quando ia me embalar.


Amemos, pois! P'ra ti eu tenho nalma
Beijos, prantos, sorrisos, cantos, palmas...
Um abismo de amor...
Sorriso de uma irmã, prantos maternos,
Beijos de amante, cânticos eternos,
E as palmas do cantor!


Ah! fora belo unidos em segredo,
Juntos, bem juntos... trêmulos de medo,
De quem entra no céu,
Desmanchar teus cabelos delirante,
Beijar teu colo!... Oh! vamos minha amante,
Abre-me o seio teu.


Eu quero teu olhar de áureos fulgores,
Ver desmaiar na febre dos amores,
Fitos fitos... em mim.
Eu quero ver teu peito intumescido,
Ao sopro da volúpia arfar erguido
O oceano de cetim


Não tardes tanto assim... Esquece tudo...
Amemos, porque amar é um santo escudo,
Amar é não sofrer.
Eu não posso ser de outra... Tu és minha,
Almas que Deus uniu na balça edênea
Hão de unidas viver.


Meu Deus!... Só eu compreendo as harmonias,
De tua alma sublime as melodias
Que tens no coração.
Vem! Serei teu poeta, teu amante...
Vamos sonhar no leito delirante
No templo da paixão.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Ser poeta


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca



domingo, 20 de novembro de 2016

Participe do 10º Natal da Criança Feliz !


Academia de Letras inaugura espaço literário no Mercado de Artes

A Academia Feirense de Letras inaugura na noite desta quinta-feira (17), a partir das 18h30, o Espaço Literário de Feira de Santana, no Mercado de Arte Popular.
O espaço, instalado no box C8, é voltado para divulgação e comercialização de livros, CD's, DVD's, revistas e demais produtos relacionados ao universo cultural da cidade e estará sempre aberto à comunidade.
A Academia Feirense de Letras é presidida pelo ativista cultural, advogado e criador do site vivafeira.com.br, Emanoel Freitas. A ação também conta com a participação da Academia de Letras e Artes e do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana.

Poesia Retratos da Vida (Maroel Bispo)

Retratos da vida são ilações imaginárias da mente do sonhador
Retratos da vida apontam com exatidão as razões do meu amor
Retratar é descrever, é reproduzir tudo o que vi e o que senti
Quando retrato-me transpareço, é um retrospecto do que vivi
Observações dos tempos passados e das coisas ali vividas
Assim sou réu de mim mesmo nas imagens mal escolhidas
Na sala ampla da existência reverbero no meu cantinho
Resplandeço ante ao caos e já não ando mais sozinho

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Educação dos pais é determinante na formação dos filhos

O nível de instrução dos pais é fator determinante na formação educacional dos filhos. É o que mostra o estudo Suplemento de Mobilidade Sócio-ocupacional, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2014, lançado nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira vez que o instituto abordou a forma como a origem sócio-ocupacional pode influenciar a inserção laboral dos filhos.

Segundo os dados analisados, entre os pais que não eram alfabetizados aos 15 anos, 23,6% dos filhos também não eram na mesma idade e apenas 4% completaram o nível superior posteriormente. Entre os pais com nível superior completo, apenas 0,5% dos filhos não tinham instrução aos 15 anos, enquanto 69,1% também completaram o nível superior. O levantamento foi feito com pessoas a partir dos 25 anos e que moravam com o pai aos 15.

Quanto ao rendimento médio desses trabalhadores, a escolaridade do pai também apresenta forte influência. Entre os que não têm instrução, o valor vai de R$ 717 para quem não tem pai instruído a R$ 2.324 para quem tem pai com nível superior completo. Na população de trabalhadores com nível superior completo, a renda varia de R$ 2.603, quando o pai não tem instrução, a R$ 6.739 quando o pai também tem nível superior.

A análise apresenta leve variação quando se leva em conta a escolaridade da mãe, porém a tendência permanece a mesma observada com os dados do pai. Apesar de destacar a importância do suporte familiar, o IBGE ressalta que a formação e o rendimento do trabalhador envolve uma conjunção de fatores.

Outro fator analisado é a idade em que a pessoa entrou para o mercado de trabalho. Segundo o IBGE, enquanto 59,6% dos filhos de trabalhadores agrícolas começaram a trabalhar até os 13 anos de idade, o percentual cai para 7,5% entre os filhos de profissionais das ciências e das artes. A maioria dos filhos dessa categoria entra no mercado entre os 20 e 25 anos, com 30,8%. Entre os filhos de trabalhadores de serviços administrativos, 40,8% começam a trabalhar entre 14 e 17 anos, percentual que sobre para 48,9% entre os filhos de trabalhadores da produção de bens e serviços e de reparação e manutenção.

A idade com que a pessoa entra no mercado de trabalho também varia conforme a situação de ocupação dos pais. Enquanto 46,6% dos filhos de pessoas sem carteira assinada ingressam no mercado até os 13 anos, a proporção cai para 15,2% entre os filhos de militares e funcionários públicos estatutários.

Do total de entrevistados, 33,4% reproduziram as ocupações dos pais, 47,4% melhoraram as condições de trabalho em relação aos pais e 17,2% ocuparam postos com maior vulnerabilidade e menor rendimento. Na comparação com a ocupação das mães, o IBGE identificou mobilidade ascendente de 45,2% e mobilidade descendente de 11,5% na ocupação dos filhos.
FONTE: Com informações da Agência Brasil

Poesia Corpos que vagueiam (Poeta Maroel Bispo)


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES DO 1º CONCURSO DE POESIAS ADAUTO BORGES. INSCREVA-SE AGORA !


Acadêmico Evanildo Bechara lança o livro “Novo dicionário de dúvidas da língua portuguesa”

O Acadêmico, professor, gramático, linguista e filólogo Evanildo Bechara lançou, pela Nova Fronteira, o livro Novo dicionário de dúvidas da língua portuguesa. O evento aconteceu no dia 17 de novembro, quinta-feira, às 17 horas, no Petit Trianon, na Academia Brasileira de Letras, Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro. A obra contou com a colaboração da lexicógrafa Shahira Mahmud.
“O livro trata de fatos da língua portuguesa que se acham definidos nas gramáticas. A diferença é que as dúvidas no modo de falar ou escrever podem ser dirimidas em ordem alfabética. Um dicionário gramatical deste tipo dispõe ao leitor como resolver suas dificuldades. Por exemplo: se houver dúvida sobre a expressão correta, como quando eu vir ou quando eu ver, basta acessar os verbetes dos verbos vir e ver. Quando eu vir, refere-se ao verbo ver. Já a expressão quando eu ver não existe”, adiantou Evanildo Bechara.
A obra é uma espécie de guia de consulta rápida e fácil e esclarece as dificuldades mais recorrentes no dia a dia das pessoas: “A língua portuguesa é rica e, em alguns pontos, bem complexa. Por isso, é natural que seus falantes tenham dúvidas”, afirmou Bechara, acrescentando que o livro abrange áreas de pronúncia, ortografia, novo Acordo Ortográfico, hífen, crase, conjugação, regência, concordância, entre outras informações.
Além da explicação sobre a forma correta de utilização, ou as diversas possibilidades de emprego de cada verbete, o dicionário vem com exemplos e abonações de autores clássicos e contemporâneos, ajudando o leitor a resolver sua dúvida.
Saiba mais
Quinto ocupante da Cadeira 33 da ABL, eleito em 11 de dezembro de 2000, na sucessão de Afrânio Coutinho, Evanildo Cavalcante Bechara é Professor Titular de Filologia Românica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, de Língua Portuguesa da Universidade Federal Fluminense e professor Emérito da UERJ e da UFF, além de ter sido professor visitante da Universidade de Coimbra e da Universidade de Colônia. Faz parte da Comissão Científica da Société Linguistique Romane, com sede em Strasbourg, e pertence à Academia Brasileira de Filologia e à Associação de Romanistas.
Diretor da revista Confluência, do Instituto de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português, Bechara publicou, pela mesma instituição, obra coletiva intitulada Na ponta da língua. Integram a publicação artigos de Silvio Elia, Gladstone Chaves de Melo, Antônio Geraldo da Cunha, Maximiano de Carvalho e Silva, Antonio Basílio Rodrigues entre outros. Diretor da Revista Littera, preparou, junto com Segismundo Spina, a 1ª edição da Antologia de Os Lusíadas, publicada pela Grifo. A 2ª edição, melhorada, foi publicada pela Editora da Universidade de São Paulo.
Responsável por um dos capítulos no livro coletivo Trivium e Quadrivium, em que escreve sobre a História da Gramática na Idade Média, Bechara é autor, entre outros livros, da Moderna gramática portuguesa, Lições de português pela análise sintática, Gramática escolar da Língua Portuguesa, Língua e Linguagem e A nova ortografia.

fonte: http://www.academia.org.br/noticias/academico-evanildo-bechara-lanca-o-livro-novo-dicionario-de-duvidas-da-lingua-portuguesa

O que é o Voluntariado?


O voluntariado é uma actividade inerente ao exercício de cidadania que se traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral.
Desenvolve-se através de projectos e programas de entidades públicas e privadas com condições para integrar voluntários, envolvendo as entidades promotoras.
Corresponde a uma decisão livre e voluntária apoiada em motivações e opções pessoais que caracterizam o voluntário.

Voluntário

É um indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões e no seu tempo livre, a desenvolver acções de voluntariado em prol dos indivíduos, famílias e comunidade.
Actuar como voluntário é ter um ideal por bem fazer, que assenta numa relação de solidariedade traduzida em gratuitidade no exercício da actividade, prestando serviços não remunerados em benefício da comunidade.
Ser-se voluntário é, também, ter convergência e harmonização com os interesses dos destinatários da acção e com a cultura e valores das organizações promotoras.

Organizações promotoras

As organizações promotoras são entidades que reúnem condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade as pessoas colectivas que desenvolvam actividades e que se integrem numa das seguintes categorias:

  • Pessoas colectivas de direito público de âmbito nacional, regional ou local;
  • Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa;
  • Pessoas colectivas de utilidade pública, incluindo as instituições particulares de solidariedade social.
Podem ainda reunir condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade organizações não incluídas no número anterior, desde que o ministério da respectiva tutela considere com interesse as suas actividades e efectivo e relevante o seu funcionamento.

Princípios enquadradores do voluntariado

O voluntariado obedece aos princípios da solidariedade, da participação, da cooperação, da complementaridade, da gratuitidade, da responsabilidade e da convergência.
  • Solidariedade – Responsabilidade de todos os cidadãos na realização dos fins do voluntariado.
  • Participação – Intervenção de voluntários e de entidades promotoras em áreas de interesse social.
  • Cooperação – Combinação de esforços e de projectos de entidades promotoras de voluntariado.
  • Complementaridade – O Voluntário não deve substituir os recursos humanos das entidades promotoras.
  • Gratuitidade – O Voluntário não é remunerado pelo exercício do seu voluntariado.
  • Responsabilidade – O Voluntário é responsável pelo exercício da actividade que se comprometeu realizar, dadas as expectativas criadas aos destinatários desse trabalho voluntário.
  • Convergência – Harmonização da actuação do voluntário com a cultura e objectivos da entidade promotora.

Direitos do voluntário

  • Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências e motivações;
  • Ter acesso a programas de formação inicial e contínua, de modo a aperfeiçoar o seu trabalho voluntário;
  • Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e avaliação técnica;
  • Ter ambiente de trabalho favorável e em condições de higiene e segurança;
  • Participação das decisões que dizem respeito ao seu trabalho;
  • Ser reconhecido pelo trabalho que desenvolve com acreditação e certificação;
Acordar com a organização promotora um programa de voluntariado, que regule os termos e condições do trabalho que vai realizar.

Deveres do Voluntário

Em todas as situações, para que tudo funcione correctamente, para além de existirem direitos é necessário que haja deveres a cumprir. Para isso, podemos considerar como deveres de um voluntário a s seguintes acções:
  • Observar e respeitar as normas e princípios éticos da organização promotora e/ou de todas as pessoas a que elas estão interligadas;
  • Efectuar algum tipo de formação para um melhor desenvolvimento das actividades realizadas na organização promotora. Nessas actividades deve mostrar-se activo, voluntário e solidário, utilizando correctamente os bens, equipamentos e recursos materiais colocados ao seu dispor;
  • Respeitar as opções e orientações dos profissionais das organizações promotoras, cumprindo, também, a calendarizarão da realização de actividades acordada;
  • Utilizar, durante as actividades, a sua identificação como voluntário e nunca assumir o papel de representante da organização promotora sem o devido reconhecimento da mesma.

Programa de voluntariado

É necessário, antes de iniciar qualquer actividade, um programa de voluntariado. Este deve ser realizado entre o voluntário e a organização promotora e deve ter em conta as normas da própria organização. Neste programa deve constar:
  • A definição do trabalho a realizar pelo voluntário consoante o seu perfil e correspondência aos pré-requisitos impostos pela organização promotora;
  • Os critérios de participação nas actividades, as funções desempenhadas pelos voluntários, a duração dessas mesmas actividades e as formas de interrupção ou cessação da actividade;
  • As condições de acesso aos locais onde é desempenhada a actividade e uma avaliação realizada periodicamente ao voluntário;
  • A cobertura dos riscos a que o voluntário é sujeito na realização das suas tarefas, a cobertura de possíveis prejuízos que este possa provocar a terceiros e o modo de resolução de problemas que possam surgir entre o voluntário e a organização promotora;
  • A identificação como participante e certificado de participação do voluntário nas actividades.

Suspensão e Cessação do Trabalho Voluntário

Se por algum motivo for necessário a suspensão ou cessação das actividades do voluntário na organização promotora, devem ser tomadas as seguintes medidas:
  • O voluntário deve avisar atempadamente a organização promotora, se pretender interromper ou cessar as suas actividades;
  • Em caso de incumprimento grave e frequente do programa de voluntariado por parte do voluntário ou por alteração dos objectivos institucionais por parte da organização promotora é possível, a esta mesma, interromper ou cessar as actividades realizadas pelo voluntário.
fonte: https://voluntariadoesmt.wordpress.com/voluntariado/

FRASES DE FERNANDO PESSOA - Melhores Citações e Pensamentos de Fernando Pessoa

1º Concurso de Poesias Adauto Borges - Inscrições abertas !

Estão abertas desde o dia 16 de novembro de 2016 até o dia 01 de março de 2017, as inscrições para o 1º Concurso de Poesias Adauto Borges. Inscreva-se  e participe! Acesse o link abaixo e faça o download  do regulamento e ficha de inscrição

Link do Regulamento

Link da Ficha de Inscrição

ESTILOS, MÉTRICAS E RIMAS


ESTILOS, MÉTRICAS E RIMAS

Quadra

Estrofe de quatro versos. A quadra iniciou o cordel, mas hoje não é mais utilizada pelos cordelistas. Porém as estrofes de quatro versos ainda são muito utilizadas em outros estilos de poesia sertaneja, como a matuta, a caipira, a embolada, entre outros.
A quadra é mais usada com sete sílabas. Obrigatoriamente tem que haver rima em dois versos (linhas). Cada poeta tem seu estilo. Um usa rimar a segunda com a quarta. Exemplo:
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá (2)
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá (4).
Outro prefere rimar todas as linhas, alternando ou saltando. Pode ser a primeira com a terceira e a segunda com a quarta, ou a primeira com a quarta e a segunda com a terceira. Vejamos estes exemplos de Zé da Luz: (ABAB ou ABBA)
E nesta constante lida
Na luta de vida e morte
O sertão é a própria vida
Do sertanejo do Norte
Três muié, três irimã,
Três cachorra da mulesta
Eu vi nun dia de festa
No lugar Puxinanã.

Sextilha

É a mais conhecida. Estrofe ou estância de seis versos. Estrofe de seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimados; verso de seis pés, colcheia, repente. Estilo muito usado nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema ou evento e usando o ritmo de baião. Exemplo:
Quem inventou esse "S"
Com que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade


Septilha

Estrofe (rara) de sete versos; setena (de sete em sete). Estilo muito usado por Zé Limeira, o Poeta do Absurdo.
Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraiba falada
Cantando nas escrituras
Saudando o pai da coaiada
A lua branca alumia
Jesus, Jose e Maria
Três anjos na farinhada.
Napoleão era um
Bom capitão de navio
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio.
Na septilha usa-se o estilo de rimar os segundo, quarto e sétimo versos e o quinto com o sexto, podendo deixar livres o primeiro e o terceiro.

[editar]Oitava

Estrofe ou estância (grupo de versos que apresentam, comumente, sentido completo) de oito versos: oito-pés-em-quadrão. Oitavas-a-quadrão.
Como o nome já sugere, a oitava é composta de oito versos (duas quadras), com sete sílabas. A rima na oitava difere das outras. O poeta usa rimar a primeira com a segunda e terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima.

[editar]Quadrão

Oitava na poesia popular, cantada, na qual os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si.
Todas as estrofes são encerradas com o verso: Nos oito pés a quadrão. Vejamos versos de uma contaria entre José Gonçalves e Zé Limeira: - (AAABBCCB)
Gonçalves:
Eu canto com Zé Limeira
Rei dos vates do Teixeira
Nesta noite prazenteira
Da lua sob o clarão
Sentindo no coração
A alegria deste canto *
Por isso é que eu canto tanto *
NOS OITO PÉS A QUADRÃO
Limeira:
Eu sou Zé Limeira e tanto
Cantando por todo canto
Frei Damião já é santo
Dizendo a santa missão
Espinhaço e gangão
Batata de fim de rama *
Remédio de velho é cama *
NOS OITO PÉS A QUADRÃO.

[editar]Décima

Estrofe de dez versos, com dez ou sete sílabas, cujo esquema rimático é, mais comumente, ABBAACCDDC, empregada sobretudo na glosa dos motes, conquanto se use igualmente nas pelejas e, com menos frequência, no corpo dos romances.
Geralmente nas pelejas é dado um mote para que os violeiros se desdobrem sobre o mesmo. Vejamos e exemplo com José Alves Sobrinho e Zé Limeira:
  • Mote:
VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO
COM OS POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
  • Sobrinho:
Vou lhe avisar agora Zé Limeira 
Dizem que quem avisa amigo é >B
Vou lhe amarrar agora a mão e o pé >B
E lhe atirar naquela capoeira 
Pra você não dizer tanta besteira 
Nesta noite em que Deus nos acolheu >C
Você hoje se esquece que nasceu >C
E se lembra que eu sou bom e perfeito >D
Você hoje me paga o que tem feito >D
Com os poetas mais fracos do que eu. >C
  • Zé Limeira:
Mais de trinta da sua qualistria
Não me faz eu correr nem ter sobrosso
Eu agarro a tacaca no pescoço
E carrego pra minha freguesia
Viva João, viva Zé, viva Maria
Viva a lua que o rato não lambeu
Viva o rato que a lua não roeu
Zé Limeira só canta desse jeito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.

[editar]Galope à beira-mar

Estrofe de 10 versos hendecassílabos (que tem 11 sílabas), com o mesmo esquema rímico da décima clássica, e que finda com o verso "cantando galope na beira do mar" ou variações dele. Termina, sempre, com a palavra "mar".
Às vezes, porém, o primeiro, o segundo, o quinto e o sexto versos da estrofe são heptassílabos, e o refrão é "meu galope à beira-mar". É considerado o mais difícil gênero da cantoria nordestina, obrigatoriamente tônicas as segunda, quinta, oitava e décima primeira sílabas.
  • Sobrinho:
Provo que eu sou navegador romântico
Deixando o sertão para ir ao mirífico
Mar que tanto adoro e que é o Pacífico
Entrando depois pelas águas do Atlântico
E nesse passeio de rumo oceânico
Eu quero nos mares viver e sonhar
Bonitas sereias desejo pescar
Trazê-las na mão pra Raimundo Rolim
Pra mim e pra ele, pra ele e pra mim
Cantando galope na beira do mar.
  • Limeira:
Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato
Capando carneiro no cerco do bode
Não gosto de feme que vai no pagode
O gato fareja no rastro do rato
Carcaça de besta, suvaco de pato
Jumento, raposa, cancão e preá
Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará
Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão
Dom Pedro Segundo de sela e gibão
Cantando galope na beira do mar.

Martelo

Estrofe composta de decassílabos, muito usada nos versos heroicos ou mais satíricos, nos desafios. Os martelos mais empregados são o gabinete e o agalopado.
Martelo agalopado - Estrofe de dez versos decassílabos, de toada violenta, improvisada pelos cantadores sertanejos nos seus desafios.
Martelo de seis pés, galope - Estrofe de seis versos decassilábicos. Também se diz apenas agalopado.

[editar]Redondilha

  • Antigamente, quadra de versos de sete sílabas, na qual rimava o primeiro com o quarto e o segundo com o terceiro, seguindo o esquema abba.
  • Hoje, verso de cinco ou de sete sílabas, respectivamente redondilha menor e redondilha maior.

[editar]Carretilha

Literatura popular brasileira - Décima de redondilhas menores rimadas na mesma disposição da décima clássica; miudinha, parcela, parcela-de-dez.

[editar]Métrica e Rima

  • Métrica:
Arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos. Sistema de versificação particular a um poeta. Contagem das sílabas de um verso. Verso é a linguagem medida. Para medir devemos ajuntar as palavras em número prefixado de pés. Chama-se pé uma sílaba métrica. O verso português pode ter de duas a doze sílabas. Os mais comuns são os de seis, sete, oito, dez e doze pés. Como o verso mais comum, mais espontâneo é o de sete pés, comecemos nele a contagem métrica. Exemplo:
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
Eis como se contam as sílabas:
Mi | nha | ter | ra |tem | pal | mei|
Não contamos a sílaba final "ras" porque o verso acaba no último acento tônico. O verso a quem sobra uma sílaba final chama-se grave. Aquele a quem sobram duas sílabas finais chama-se esdrúxulo. O terminado por palavra oxítona chama-se agudo, como o segundo e o quarto do exemplo supra. Eis como se decompõe o segundo verso:
On | de | can | ta o | sa | bi |á|
Nesse verso "ta o" se leem como t'o formando um pé, pela figura sinalefa (fusão) . Sabiá, modernamente, se deve contar dissílabo, porque biá, em duas silabas, forma hiato. Em geral devemos sempre evitar o hiato, quer intraverbal, quer interverbal. Os autores antigos e os modernos pouco escrupulosos toleram muitos hiatos.
    • Sinalefa:
Figura pela qual se reúnem duas sílabas em uma só, por elisão, crase ou sinérese.
    • Sinérese:
Contração de duas sílabas em uma só, mas sem alteração de letras nem de sons, como, p. ex., em reu-nir, pie-da-de, em vez de re-u-nir, pi-e-da-de.
As| aves | que a| qui | gor| jei |
Não | gor | jei| am | co | mo | lá |
No caso o verso é um heptassílabo, porque só contamos sete sílabas. Se colocarmos uma sílaba a mais ou a menos em qualquer dos versos, fica dissonante e perde a beleza e harmonia.
Vale lembrar que quando a palavra seguinte inicia com vogal, dependendo do caso, pode haver a junção da sílaba da primeira com a segunda, como se faz na língua francesa. Exemplo:
Para verificar a quantidade de silabas podemos contar nos dedos. Vejamos neste trechinho de Patativa do Assaré:
Nes | ta | noi | te | pas | sa | gei | ra
1       2     3    4     5     6    7
Há | coi| sa | que | mui | to | pas | ma
1       2     3    4     5     6    7
Um mote:
Vou | fa | zer | se | re | na | ta | na | cal | ça | da
1       2     3    4     5     6    7    8    9    10
Da | me | ni | na | que a | mei | na | mi | nha | vi | da
1       2     3    4     5       6      7     8    9    10
  • Rima
    • Rimas consoantes:
As que se conformam inteiramente no som desde a vogal ou ditongo do acento tônico até a última letra ou fonema. Exemplo: fecundo e mundo; amigo e contigo; doce e fosse; pálido e válido; moita e afoita.
    • Rimas toantes:
Aquelas em que só há identidade de sons nas vogais, a começar das vogais ou ditongos que levam o acento tônico, ou, algumas vezes, só nas vogais ou ditongos da sílaba tônica. Exemplo: fuso e veludo; cálida e lágrima; "Sem propósito de sonho / nem de alvoradas seguintes, / esquece teus olhos tontos / e teu coração tão triste." Cecília Meireles, Obra Poética, p. 516.
No caso da literatura de cordel nordestina, faz parte da tradição do gênero o uso de rimas consoantes. Se um folheto de cordel usa rimas toantes, o conhecedor de cordel pensa logo que o autor daquele folheto desconhece a existência destas regras. Um cordel escrito assim pode até ser um grande poema, mas não se pode dizer que se trata de 'um cordel autêntico'.


Fonte: 
Wikipédia;
Merlânio Poeta Maia
extraído: http://poesianordestina.blogspot.com.br/p/metrificacao.html